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segunda-feira, 1 de março de 2010

Prefeitos da região reagem à representação feita pela polícia contra ação integrada das GMs

Mais uma vez alguns comandantes da PM provam que não sabe o que é viver em um regime de Estado Democrático de Direito e de união entre os equipamentos de segurança pública. O interessante é que quando vão para a reserva (aposentam) correm nas prefeituras para pegar uma boquinha nos comandos das Guardas, assim aconteceu já com vários na Região de Ribeirão Preto e em todo Brasil.
Agora foi a vez do Comando de Campinas, mas infelizmente não obteve êxito, pois os Prefeitos reverteram contra ele às denúncias e agora pode ser processado por crime contra a administração pública.

Por isto a necessidade urgente da desmilitarização das Polícias que devem ser para apoio e defesa da população e não para ficar sentado atrás de uma mesa sem fazer nada e criticando àqueles que fazem.

Nos da AGCMRP e da FETAM/SP-CUT continuaremos a defender as diretrizes e propostas aprovadas na Conferência Nacional de Segurança Pública e principalmente luta pela aprovação da PEC 534/2002 e pela independência das Guardas Civis Municipais e Metropolitanas, que devem ter comando próprio e ou civil.

Queremos dar parabéns ao repórter Venceslau Borlina Filho pela coragem de fazer a matéria e realmente mostrar quem é que hoje realmente pensa na segurança da população e aqueles que ficam fazendo demagogia e ganhando do erário público sem realizar suas funções.



DEÚNCIA DA PM CONTRA GCM ABRE CRISE NA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

Prefeitos da região reagem à representação feita pela polícia contra ação integrada das GMs


Venceslau Borlina Filho
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
venceslau.borlina@rac.com.br

A representação do comando do 35º Batalhão da Polícia Militar (PM) de Campinas contra as guardas municipais (GMs) de Itatiba, Valinhos e Vinhedo no Ministério Público (MP) abriu uma crise institucional entre a corporação e os prefeitos da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Indignados com a medida, a maioria dos chefes de Executivo aprovou ontem, durante a 100ª reunião do Conselho de Desenvolvimento, uma moção de repúdio ao comando do batalhão e um pedido de audiência com o governador José Serra (PSDB) e com o secretário de Estado da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. Também ficou definido que o presidente do conselho e prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis (PPS), vai buscar o diálogo com o comando da PM para que seja retirada a representação e negociado um acordo.

O comandante Wagner Benedito Lopes Telles assinou a representação após uma ação simultânea e inédita das guardas, em novembro do ano passado, para combater a criminalidade nos três municípios. A operação integrada incluiu blitze nos acessos às cidades, com abordagem a motoristas em busca de drogas e armas, e fiscalização de veículos. A acusação foi de que houve intromissão na competência constitucional da PM, de atividade ostensiva e preservação da ordem pública. Segundo Telles, às GMs compete apenas a proteção dos seus bens, serviços e instalações, como previsto na Constituição Federal.

Os prefeitos ainda tentaram um acordo com o comando geral da PM na região para que o impasse não fosse levado ao governador. A portas-fechadas, eles se reuniram para tentar convencer, sem sucesso, o subcomandante da polícia na região, Hudson Tabajara Camilli, a retirar a proposta. Presente à reunião, o comandante-geral da PM na região, Almir Gonçalves Albuquerque, deixou claro que a corporação não vai permitir a intromissão das guardas, exceto quando em operações conjuntas e no exercício de polícia administrativa, de combate às questões da Fazenda Pública Municipal e não de combate ao crime.

Desrespeito

Responsável por trazer o caso à tona no Conselho da RMC, o prefeito de Vinhedo, Milton Serafim (PTB), disse que o Município foi desrespeitado pela PM na representação. O petebista citou um trecho em que o comandante da PM diz que os municípios, ao invés de empenhar recursos nas guardas fora dos limites que lhe são garantidos, deveriam investir em infraestrutura e melhorias nas vias de trânsito. “É um desrespeito com o prefeito e com a Guarda (de Vinhedo). Não posso aceitar isso”, afirmou. Serafim disse que os prefeitos são cobrados por mais segurança pela população e que o objetivo das ações é o combate ao crime e não uma intromissão. “Gasto R$ 1 milhão por mês com a Guarda. Se a polícia tiver quem supra (a segurança), eu invisto o dinheiro nas outras áreas.”

Reis, embalado pelo discurso do colega, disse que o Estado, por sua ineficiência, não consegue garantir o policiamento e que as guardas são fundamentais nos municípios. Assim como Vinhedo, o prefeito de Jaguariúna disse que paga um bônus aos policiais militares da cidade e que busca a integração, inclusive, com o conserto de viaturas e aluguel de imóveis, entre outros. O prefeito de Monte Mor, Rodrigo Maia (PSDB), incrédulo com a representação da PM, disse que a medida foi equivocada e ressaltou os avanços obtidos pela Guarda Municipal da cidade, como porte de arma, acesso ao Infoseg (rede de dados da polícia) e ações de combate ao crime. O prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini (PT), identificou o impasse entre a PM e os prefeitos diante da representação e cobrou uma solução para o caso.

Em Valinhos, guardas chegam antes e frustram assalto a joalheria

Acusada de extrapolar suas funções, a Guarda Municipal de Valinhos prendeu ontem três homens durante um assalto a uma joalheria, no Centro. A quadrilha armada com revólver 38 e uma pistola 380 invadiu a joalheria, rendeu dois funcionários e um cliente. A GM foi acionada junto com a Polícia Militar. Os guardas chegaram antes e os criminosos se renderam. A PM enviou quatro viaturas ao local, mas como os guardas já tinham detido os acusados, não foi necessário a atuação dos policiais.

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