BUSCA POR MATÉRIAS

sexta-feira, 20 de julho de 2012

UM POUCO DE HISTÓRIA DOS TEMPOS TENEBROSOS DOS MILITARES COMANDANDO A GCM DE RIBEIRÃO PRETO.

UM POUCO DE HISTÓRIA DOS TEMPOS TENEBROSOS DOS MILITARES COMANDANDO A GCM DE RIBEIRÃO PRETO.
O NOSSO GRUPO JÁ DEFENDIA A CATEGORIA SEM MEDO E COM A CARA E A CORAGEM. 
MAS HÁ DE RESSALTAR QUE NAQUELE TEMPO EXISTIA UMA DIRETORIA DO SINDICATO QUE PENSAVA NO SERVIDOR E NÃO NO SEU DINHEIRO!


http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u64760.shtml
14/12/2002 - 14h25
Sem porte de arma, Guarda pára ronda no interior de São Paulo
ROGÉRIO PAGNAN
da Folha Ribeirão

As rondas em postos de saúde, escolas e em bairros periféricos de Ribeirão Preto (314 km de SP) foram suspensas pela Guarda Civil Municipal em razão de os portes de arma da corporação estarem vencidos por problemas burocráticos.

O armamento dos 135 homens e mulheres foi recolhido na noite de anteontem por determinação da administração municipal. Os guardas foram retirados das "áreas de risco" e colocados no quadrilátero central, Parque Curupira e Bosque Municipal. O efetivo da GCM é de 212 pessoas.

A decisão foi tomada após a reportagem da Folha questionar a administração e as polícias Civil e Militar sobre o uso dos revólveres sem o porte.

O documento _obrigatório por lei_ está vencido há pelo menos três meses.
Na manhã de ontem, os guardas protestaram diante da sede da corporação pedindo a devolução das armas, para retomar o policiamento. Eles querem a exoneração do superintendente da Guarda, Carlos Adelmar Ferreira.

A Folha apurou que Ferreira deve mesmo sair, já que o episódio deixou a cúpula da prefeitura irritada. A queda não deve ocorrer de imediato.

O prefeito de Ribeirão Preto, Gilberto Maggioni (PM N), e o secretário do Governo, Newton Mendes Garcia, afirmaram que a saída do superintendente não está em discussão e provavelmente não deverá ocorrer.

De acordo com a Polícia Civil, responsável pela emissão do porte, as autorizações não foram renovadas porque a administração da guarda não apresentou todos os documentos necessários.

A prefeitura informou ontem que estava providenciando a última exigência, que era a autenticação das carteiras de identidade dos guardas. Até o fim da tarde, os papéis não haviam sido entregues à Polícia Civil, segundo Oliveira.

O comando do Polícia Militar informou ontem que nenhum esquema especial foi montado em razão da paralisação da guarda.

O superintendente da Guarda foi procurado pela Folha por dois dias seguidos para comentar o assunto, mas não foi localizado.

Disputa
O impasse para a emissão de um novo porte de arma aos guardas é visto pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão como o resultado de uma disputa entre as polícias Civil e Militar pelo comando da corporação.

"Pelo que estão dizendo, a Polícia Civil quer o comando da Guarda. Querem colocar um delegado como superintendente. Eles ficam nessa briga e quem sofre é o trabalhador", disse o diretor do sindicato e membro da Guarda, Alexandre Pastova.

O superintendente da GCM é o coronel da reserva da Polícia Militar Carlos Adelmar Ferreira, que assumiu o cargo em 2001.

O delegado seccional de Ribeirão, José Manoel de Oliveira, disse que considera "um absurdo" as afirmações do servidor. O prefeito Gilberto Maggioni e o secretário de Governo, Newton Mendes Garcia, negaram que haja interesse em substituir Ferreira.

Folha Online - Cotidiano - Sem porte de arma, Guarda pára ronda no interior de São Paulo - 14/12/200
www1.folha.uol.com.br

quinta-feira, 19 de julho de 2012

ATIVIDADE DELEGADA DA PM. ALÉM DE IMORAL UMA AFRONTA AS LEIS TRABALHISTAS!


A Atividade Delegada que a PM busca implantar nas cidades do interior do Estado de São Paulo, atenta com tudo que tem de moral e contra a legalidade trabalhista.
  
O Policial Militar já tem uma carga horária de trabalho exaustiva e como o Governo do Estado de São Paulo do PSDB não que pagar os salários corretos aos trabalhadores, assim como estipula a PEC 300, quer as Prefeituras façam esta complementação e claro que os Policiais trabalhem mais do que já o fazem. Como exemplo com o dinheiro gasto em São Paulo com a Atividade Delegada dava para pagar os salários de mais de 3 mil médicos e 1000 professores durante todos os meses do convênio. Ágora vem com a tentativa de explorar os já tão escassos caixas das Prefeituras do Interior de São Paulo.

Em Ribeirão Preto vamos lutar contra este equívoco do PSDB, a Polícia já não consegue cumprir suas atividades constitucionais e agora ainda quer exercer as funções que cabe os Servidores do Município. Sabemos que a questão são as horas que poderão ser feitas atrás das mesas e que pelo convênio não tem a necessidade de apresentar quem está em atividade delegada.

Como exemplo o primeiro escalão da PM sem sair na rua poderá receber da prefeitura valores que chegam à casa de 2 mil reais por 80 horas mensais, mais que o salário base de um fiscal, R$ 1.645,00, que labuta por 200 horas mensais, o fiscal trabalha 2 vezes e meia a mais e este Policial ainda ganha muito mais. Entendam abuso desta atividade delegada e os danos que causarão aos cofres públicos do município, além de até o momento não ter trazido nenhuma melhoria por onde é aplicada. Não somos contra que os Policiais tenham melhoras nos salários e se o Estado governado pelo PSDB acha que pode explorar ainda mais estes trabalhadores, eles que paguem a conta e não a repassem as Prefeituras, mas nós vamos continuar a denunciar estes abusos e desrespeito as leis trabalhistas. Abaixo trechos de textos extraídos dos jornais on line de representantes das instituições demonstrando contrários a esta arbitrariedade. 
Alexandre Pastova - Diretor da FETAM/SP-CUT

“É uma vergonha”, avalia o deputado estadual Olímpio Gomes (PDT), major da Polícia Militar, ao ser questionado sobre a possibilidade de o PM ganhar mais no bico oficial. “A própria Operação Delegada em si já é uma aberração: o município transfere para o Estado, por meio de um convênio, uma competência que é sua”, acrescenta.

O presidente da Comissão de Segurança Pública da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arles Gonçalves Júnior, faz coro à crítica. “Isso é um absurdo. O governo deveria remunerar os policiais de forma digna, não fazer parceria com a Prefeitura para completar o salário do policial”, diz.

A comissão analisa o contrato que estabeleceu o bico para verificar a legalidade da operação. “Essa atividade desrespeita o regimento da Polícia Militar que proíbe o policial de trabalhar numa atividade fora da PM”, explicou.

“Durante muitos anos”, continuou o advogado, “a Polícia Militar combateu e puniu os policiais que faziam o bico alegando que o trabalho de policial é extenuante, porque o risco de morte é iminente. Agora, eles fazem exatamente isso. Esse policial não descansa e a capacidade de resposta dele está prejudicada. E a consequência disso?”, questiona.
O prolongamento da carga de trabalho permitida pelo bico também é questionado pelo coronel da reserva da PM José Vicente da Silva. “O problema é que ele trabalha até 50% a mais do que deveria. Isso vai afetar sua saúde e sua relação familiar”, afirma. “É uma carga horária muito pesada para um policial. Afeta a tensão e a capacidade de reação dele.”

ATIVIDADE DELEGADA É UM NOVO PAS?
A gestão Kassab tem demonstrado um amor inexplicável à instituição policia militar. Nomeou vários coronéis como subprefeitos e tantos outros oficiais em diversos cargos nas secretarias e autarquias municipais, a ponto de hoje ter na administração municipal paulistana mais coronéis do que na própria policia militar.

Queremos abordar especificamente a questão da atividade delegada que é “vendida” para a população como a solução mágica para a questão da segurança publica. Lemos às vezes matérias jornalísticas enaltecendo os resultados da atividade delegada.
Como justificar o pagamento por parte da prefeitura a um órgão estadual para combater furtos e roubos, sendo que é responsabilidade da policia militar cumprir tal missão.

O pagamento a policiais militares para atuarem em pequenas faixas de avenidas ou ruas, para atender aos lojistas, só serve para garantir segurança a um segmento da sociedade e tem contribuído para que a periferia sofra constantemente com o abandono. Ao passarmos pelos locais que tem atividade delegada temos visto o absurdo de policiais militares amontoados em rodinhas com os braços cruzados ou encostados. O número de policiais colocados em alguns locais chega a ser uma loucura, pois contamos em uma manha de domingo aproximadamente 50 policiais na Avenida Mateo Bei em São Mateus, zona leste da cidade e talvez a CIA da área não tenha 50 policiais por plantão.  .

Além do mais pagar para policiais militares combater roubos e furtos é premiar a incompetência e a ineficiência do estado na questão da segurança publica. O certo é que o cidadão que paga impostos se sente cada vez mais desprotegido, e efetivamente os oficiais da policia militar se preocupam mais em fazer lobby do que dar segurança ao povo, às vezes inclusive sabotando outras corporações.

O ufanismo com a superficial avaliação inicial desta atividade nos remete inevitavelmente a compará-la com outra solução milagrosa para outro problema grave da nossa cidade que é a saúde. Basta lembrar o que foi o PAS (Programa de Assistência à Saúde), no governo Maluf e Pitta.
Assim como a atividade delegada, as avaliações iniciais do PAS foram todas positivas, entretanto, no decorrer do tempo o que se constatou de fato foi um verdadeiro escoadouro do dinheiro público, ações absolutamente “marqueteiras”, manipulação de resultados, culminando com ações judiciais, CPI’s, malversação do dinheiro público, sucateamento dos serviços de saúde do município, entre outras coisas.

Na questão da atividade delegada é importante pontuar alguns itens que merecem esclarecimentos a quem está pagando esta conta, ou seja, à população de São Paulo.

- Quais as subprefeituras que tem atividade delegada?
- Quais as ruas em que a atividade delegada é desenvolvida?
- Qual o critério utilizado para definir o local em que será desenvolvida a atividade delegada?
- Qual o custo mensal empregado em cada um dos locais onde há atividade delegada?
- Quais os horários?
- Qual o efetivo empregado?
- Quais as patentes de cada policial militar empregado na atividade delegada?
- Quem controla o emprego destes homens?
- Quais são os resultados da atividade delegada em cada local?
- Como os resultados são mensurados?
- Quem avalia os resultados?
- De quais secretarias são os recursos utilizados na atividade delegada?

Para se fazer uma avaliação eficaz deste trabalho é necessário que todas estas perguntas sejam respondidas e também esclarecidas como é que a prefeitura pode pagar para um capitão, major ou coronel desempenhar a atividade delegada, se esta deve ser desenvolvida durante o período de folga na policia militar e estes oficiais, com raríssimas exceções, trabalham de segunda à sexta-feira e folgam aos sábados e domingos. Como estão desenvolvendo atividade delegada durante a semana? As viaturas utilizadas na atividade delegada são de onde? Já que viatura não tem folga. Infelizmente o que vislumbramos no horizonte no que se refere à atividade delegada é um novo PAS.

Não devemos esquecer que os vereadores paulistanos deram um cheque em branco ao prefeito Kassab. E ele repassou não sabemos a quem. A sociedade paulistana deve ficar atenta, no ano passado a administração paulistana gastou R$ 117.726.362.23, com a atividade delegada. Agora estamos entrando no período eleitoral e devemos cobrar dos vereadores a falta de zelo com o erário público, afinal o orçamento municipal reservou 150 milhões para a atividade delegada em 2012.

Os padrinhos da atividade delegada vão tentar justificar os gastos absurdos, afirmando que a população precisa de segurança e que o investimento vale a pena, mas lamentavelmente o que temos visto é o contrario, e o cidadão paulistano se sente cada vez mais inseguro, tanto na sua casa, como em um restaurante almoçando e ou jantando.
Carlos augusto
Presidente do Sindguardas–SP (licenciado)
Pós-Graduado em Gestão de Segurança Pública (PUC-SP)

terça-feira, 17 de julho de 2012

Urgente. Prefeitura cria cronograma de pagamento do adiantamento dos 5.15%


A lutar sempre será árdua e por isto a vitória será maravilhosa!!

A prefeitura municipal criou um cronograma de pagamento da parcela (de R$ 150) do adiantamento do processo dos 5.15%.
Abaixo as possíveis datas de pagamento:
 
Dia 20 de julho - pagamento da parcela do mês de maio;

Dia 10 de agosto - pagamento do mês de junho;

Dia 20 de agosto - pagamento do mês de julho;

Dia 10 de setembro - pagamento do mês de agosto;

Dia 20 de setembro - pagamento do mês de setembro;

A partir do mês de outubro o trabalhador vai receber todo o dia 20 a parcela referente ao mesmo mês do pagamento. O pagamento do adiantamento dos 5.15% será feito até a homologação do processo na Justiça.

Solicitamos que o Sindicato e a Prefeitura conste as datas nos sites para que nós Servidores possamos acompanhar.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

ANTECIPAÇÃO DOS 5,15% TEMOS A SAÍDA. ABRA MÃO DOS 5% QUE OS SERVIDORES RECEBEM!!!!!


TODOS OS SERVIDORES JÁ RECONHECEM A LUTA DA OPOSIÇÃO SINDICAL CUTISTA EM DEFESA DOS DIREITOS DOS SERVIDORES MUNICIPAIS. SEMPRE COLOCAMOS E DEDO NA FERIDA, APRESENTADO OS EQUÍVOCOS DOS ATUAIS DIRIGENTES DO SINDICATOS DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE RIBEIRÃO PRETO, MAS TAMBÉM APRESENTAMOS VÁRIAS SAÍDAS E MUITAS DELAS FORAM FAVORÁVEIS AOS SERVIDORES.

AGORA ESTAMOS NO LIMITE DA DISCUSSÃO DO PAGAMENTO DA ANTECIPAÇÃO DOS 5,15% AOS SERVIDORES QUE ENTRARAM NO SERVIÇO PÚBLICO APÓS MARÇO DE 1990. SABEMOS QUE É VONTADE DA PREFEITURA REALIZAR O PAGAMENTOS DAS PARCELAS, QUE INFELIZMENTE FORAM SUSPENSAS EM REUNIÃO NO DIA 27/06 COM O PRESIDENTE DO SINDICATO, MATÉRIA INCLUSIVE PUBLICADA NO PRÓPRIO SITE DA ENTIDADE  http://municipais.org.br/conteudo.php?codConteudo=830  

SABEMOS QUE UM DOS PONTOS É O DESCONTO DOS 5% REFERENTE AO DEPARTAMENTO JURÍDICO DO SINDICATO. BASTA ACEITAR O PAGAMENTO SEM O DESCONTO QUE OS ATRASADOS SAI. DEPOIS NO ANO QUE VEM QUANDO FOR FOI O ACORDO JUDICIAL DISCUTA COM OS SERVIDORES  OU PEÇA EM JUÍZO QUE REFERIDO DESCONTO. CASO ISTO NÃO ACONTEÇA E NÃO CONSIGA UMA SAÍDA LEGAL, OS SERVIDORES SÓ RECEBERAM OS VALORES EM 2013. POR ISTO SERVIDOR LIGUE PARA SEU DIRETOR SINDICAL E PEÇA QUE DESISTA DO DESCONTO PARA QUE POSSAMOS RECEBER O QUE NOS É DEVIDO!

PARA OS SERVIDORES FICA AQUI UMA OTIMA NOTÍCIA MESMO QUE HAJA O DESCONTO, QUANDO ASSUMIRMOS O SINDICATO DEVOLVEREMOS CENTAVOS POR CENTAVOS ESTE DESCONTO E COBRAREMOS JUDICIALMENTE A DEVOLUÇÃO DOS AOS COFRES DO SINDICATO SE O ADVOGADO QUE RECEBER, JÁ RECEBA VALORES DA ENTIDADE.

SERVIDOR QUE É SERVIDOR NÃO TEM MEDO DA VERDADE!!! PEDE PRA SAIR PELEGO!!!!!

ALEXANDRE PASTOVA
FETAM/SP-CUT

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ladrão é baleado por guarda civil ao tentar assaltar bar em Ribeirão


Quinta, 05 de Julho de 2012 - 09h56 ( Atualizado em 05/07/2012 - 10h11 )

Ladrão é baleado por guarda civil ao tentar assaltar bar em Ribeirão

Dois homens entraram armados no estabelecimento e renderam o proprietário e outras três pessoas

Da reportagem
Tamanho da LetraA-A+
Um homem de 22 anos foi preso após ser baleado durante uma tentativa de assalto a um bar na noite desta quarta-feira (4) no bairro Monte Alegre, em Ribeirão Preto.
Segundo informações do boletim de ocorrência, dois homens entraram armados no estabelecimento e renderam o dono do bar e outras três pessoas.
Neste momento, um guarda civil municipal entrou no local para comprar um refrigerante e encontrou o bar vazio e uma cerveja caída no chão. Ele estranhou a situação e logo foi surpreendido por um dos assaltantes.
Ainda de acordo com o boletim, o guarda rendeu o ladrão e atirou contra ele. Mesmo baleado, o homem conseguiu fugir. Em seguida, o outro assaltante saiu da sala onde estavam as vítimas e também fugiu correndo. Eles levaram R$ 150 do caixa.
O ladrão baleado foi localizado após procurar socorro na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Cuiabá. Com ele foi encontrado parte do dinheiro roubado, cerca de R$ 66.
O indiciado foi encaminhado à unidade de emergência do HC (Hospital das Clínicas) onde permaneceu sob a escolta da polícia e passaria por cirurgia. O outro homem não foi localizado. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Revolução Constitucionalista de 1932


Revolução Constitucionalista de 1932Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido noEstado de São PauloBrasil, entre os meses de julho e outubro de 1932, que tinha por objetivo a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil[4].
Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia de que os estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891. A Revolução de 1930 impediu a posse do ex-presidente (atualmente denomina-se governador) do estado de São Paulo Júlio Prestes na presidência da República e derrubou do poder o presidente da república Washington Luís colocando fim à República Velha[5], invalidando a Constituição de 1891 e instaurando o Governo Provisório, chefiado pelo candidato derrotado das eleições de 1930, Getúlio Vargas.
Atualmente, o dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual. Os paulistas consideram a Revolução de 1932 como sendo o maior movimento cívico de suahistória.
A lei 2.430, de 20 de junho de 2011, inscreveu os nomes de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, o MMDC, heróis paulistas da Revolução Constitucionalista de 1932, no Livro dos Heróis da Pátria.[6]
Foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas e o último grande conflito armado ocorrido no Brasil.
No total, foram 87 dias de combates (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 - sendo o último dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2200 mortos, sendo que numerosas cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates[7].
São Paulo, depois da revolução de 32, voltou a ser governado por paulistas, e, dois anos depois, uma nova constituição foi promulgada, a Constituição de 1934.

[editar]

[editar]Contexto da revolução de 1930 e seus desdobramentos

Na primeira metade do século XX, o Estado de São Paulo vivenciou um acelerado processo de industrialização[8] e enriquecimento devido aos lucros da lavoura de café e à articulação da política do café-com-leite, criada pelo presidente da república Dr. Campos Sales, pela qual se alternavam na presidência da República políticos dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais[9].
No início de 1929, o governo de Washington Luís, ao nomear o paulista Júlio Prestes, apoiado por 17 estados, preteriu a vez de Minas Gerais no jogo da sucessão presidencial, rompendo a "política do café-com-leite", na qual São Paulo e Minas Gerais, os estados mais ricos e populosos da União, alternavam-se no poder, desde o governo de Afonso Pena(1906-1909) que substituiu o paulista Rodrigues Alves na presidência da República.
De acordo com este revezamento Minas Gerais - São Paulo na presidência da república, o candidato oficial, em 1930, deveria ser um mineiro, que poderia ser o presidente de Minas Gerais Antônio Carlos Ribeiro de Andrada ou o vice-presidente da república Fernando de Melo Viana ou ainda o ex-presidente Artur Bernardes, entre outros próceres políticos mineiros. Porém, Washington Luís, depois de consultar os 20 presidentes de estado, em julho de 1929, recebeu o apoio de 17 deles a Júlio Prestes, e o indicou como candidato oficial à presidência da república nas eleições marcadas para 1 de março de 1930. Minas Gerais, então, rompe com São Paulo, une-se à bancada gaúcha no Congresso Nacional e promete apoio a Getúlio Vargas, se este concorresse à presidência[7].
Em setembro de 1929, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formaram a "Aliança Liberal" lançando Getúlio Vargas à presidência eJoão Pessoa, da Paraíba, a vice-presidente. Apoiavam Getúlio também o Partido Democrático de São Paulo, parte das classes médias urbanas e apenas três estados e os tenentes, que defendiam reformas sociais e econômicas para o país. Os outros 17 estados da época apoiaram Júlio Prestes.
Nesse momento, setembro de 1929, já era percebido, em São Paulo, que a Aliança Liberal, e uma eventual revolução visavaespecificamente São Paulo. Nos debates, na Câmara dos Deputados, e no Senado Federal, em 1929, se dizia abertamente que se a Aliança Liberal não ganhasse a eleição haveria revolução.[10]
Tendo o senador estadual de São Paulo, Cândido Nazianzeno Nogueira da Motta, denunciado, profeticamente, na tribuna do Senado do Congresso Legislativo do Estado de São Paulo, em 24 de setembro de 1929, que:
Cquote1.svgA guerra anunciada pela chamada Aliança Liberal não é contra o sr. Júlio Prestes, é contra nosso estado de São Paulo, e isso não é de hoje. A imperecível inveja contra o nosso deslumbrante progresso que deveria ser motivo de orgulho para todo o Brasil. Em vez de nos agradecerem e apertarem em fraternos amplexos, nos cobrem de injúrias e nos ameaçam com ponta de lanças e patas de cavalo!Cquote2.svg
Cândido Nogueira da Motta
Cândido Nogueira da Motta citou ainda o senador fluminense Irineu Machado que previra a reação de São Paulo:
Cquote1.svgA reação contra a candidatura do Dr. Júlio Prestes representa não um gesto contra o presidente do estado, mas uma reação contra São Paulo, que se levantará porque isto significa um gesto de legítima defesa de seus próprios interesses"!Cquote2.svg
— Irineu Machado
Em meio à grave crise econômica, devido à Grande Depressão de 1929 que derrubara os preços do café, Júlio Prestes, que era membro do Partido Republicano Paulista, foi eleito presidente em 1 de março de 1930, vencendo em 17 estados e no Distrito Federal, mas não tomou posse. Apesar da grande votação nos 3 estados aliancistas, Getúlio Vargas foi largamente derrotado. Júlio Prestes, em São Paulo, teve 91% dos votos válidos.[11]
A ala mais radical da Aliança Liberal resolve pegar em armas e usa o assassinato de João Pessoa, em julho de 1930, como o estopim do movimento. O crime não teve motivos políticos, mas foi usado como tal, cujo impacto emocional deu novo ânimo aos oposicionistas derrotados. Cresce o apoio popular e os preparativos do golpe foram levados adiante e com rapidez pois se aproximava o momento da posse de Júlio Prestes.
Em 3 de outubro de 1930 estoura a insurreição. Os rebeldes tomam os três estados que irradiaram a revolução: (Rio Grande do SulMinas Gerais e Paraíba) e rumam para a capital federal.[12]
Comitiva de Getúlio Vargas (ao centro) fotografada por Claro Jansson durante sua passagem por Itararé (São Paulo) a caminho do Rio de Janeiro após a Revolução de 1930.
Em 24 de outubro de 1930, um golpe militar liderado por comandantes militares no Rio de Janeiro, depõe Washington Luís e entrega, em3 de novembro de 1930, o poder a Getúlio Vargas.
Vitoriosa a revolução de 1930, Getúlio Vargas foi nomeado chefe do "Governo Provisório" e põe fim à supremacia política de São Paulo eMinas Gerais no governo federal. Entre outras ações, como a anistia dos rebeldes das revoluções de 1922 e 1924, modificações no sistema eleitoral e a criação do Ministério do Trabalho.
Getúlio tomou posse instalando no Brasil uma ditadura: suspendeu a Constituição e nomeou interventores em todos os estados, com exceção de Minas Gerais - reforçando o conflito com São Paulo; dissolveu o congresso nacional, os congressos estaduais (câmaras e senados estaduais) e as câmaras municipais.
Além de medidas de centralização política, outras se seguiram visando ao controle econômico pelo governo central: os estados foram proibidos de contratar empréstimos externos sem autorização do governo federal; o monopólio de compra e venda de moeda estrangeira pelo Banco do Brasil fá-lo controlar, assim, o comércio exterior. O governo impõe, ainda, medidas para controlar os sindicatos e as relações trabalhistas e cria instituições para intervir no setor agrícola como forma de enfraquecer os estados.
Júlio Prestes e o presidente Washington Luís e vários outros apoiadores de Júlio Prestes foram exilados na Europa e os jornais que apoiavam Júlio Prestes foram destruídos (na época se dizia empastelados), entre eles, os jornais paulistanos Folha de S. Paulo, "A Plateia" e o Correio Paulistano e os jornais cariocas A Noite e O Paiz.[13]
Getúlio nomeou interventores para o governo dos Estados, sendo que para São Paulo foi designado o tenente, promovido a coronel pela Revolução de 1930, João Alberto Lins de Barros, o qual a oligarquia paulista tratava pejorativamente como um "forasteiro e plebeu" ou, ainda, por pernambucano, codinome também adotado e difundido entre o povopaulista[14].
Partido Democrático (1930) que apoiara Getúlio Vargas em São Paulo, conseguindo para Getúlio 10% dos votos paulistas nas eleições de 1 de março, não conseguiu indicar o interventor federal em São Paulo.
Para o comando da 2ª Região Militar de São Paulo foi designado o general Isidoro Dias Lopes, e para o comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo, então denominada "Força Pública", foi nomeado o major Miguel Costa. Ambos tinham tentado derrubar o governo paulista na Revolução de 1924. Miguel Costa havia sido expulso da Força Pública por causa de suas ações em 1924. Isidoro Dias Lopes, porém, passou para o lado dos paulistas e foi um dos comandantes da Revolução de 1932.
Após a derrota de São Paulo em 24 de outubro de 1930, quando triunfou a Revolução de 1930, foi deposto o presidente em exercício de São Paulo Heitor Penteado e o estado passou a ser governado por:
  • "Gabinete dos 40 dias", tendo o Tenente João Alberto como Delegado Militar da Revolução, formado por próceres do Partido Democrático. O Gabinete dos 40 dias renunciou devido às pressões dos tenentes, rompendo com João Alberto.
A partir da renúncia do Gabinete dos 40 dias, São Paulo foi governado por interventores federais:
Logo depois de vitoriosa a Revolução de 1930, em 6 de novembro de 1930, Luís Carlos Prestes, que conhecia João Alberto do tempo da Coluna Prestes, lançou um manifesto onde dizia textualmente:
Cquote1.svgBrasileiros: Livrai-vos da desonestidade de um João Alberto !Cquote2.svg
— Luís Carlos Prestes
E o tenente João Cabanas, um dos chefes da Revolução de 1924 e revolucionário de 1930, no seu livro "Fariseus da Revolução", de 1932, assim definiu o tenente João Alberto:
Cquote1.svgJoão Alberto serve como exemplo: Se, como militar, merece respeito, como homem público não faz jus ao menor elogio. Colocado, por inexplicáveis manobras e por circunstâncias ainda não esclarecidas, na chefia do mais importante estado do Brasil, revelou-se de uma extraordinária, de uma admirável incompetência, criando, em um só ano de governo, um dos mais trágicos confusionismos de que há memória na vida política do Brasil, dando também origem a um grave impasse econômico (déficit de 100.000 contos), e a mais profunda impopularidade contra a "Revolução de Outubro".. e ter provocado no povo paulista, um estado de alma equívoco e perigoso. Nossa história não registra outro período de fracasso tão completo como o do "Tenentismo inexperiente"!.Cquote2.svg
— João Cabanas

[editar]Antecedentes do movimento

Cartaz do movimento contra a ditadura getulista.
Em 1932 a irritação dos paulistas com Getúlio Vargas não cedeu com a nomeação de um paulista, Pedro Manuel de Toledo, como interventor do Estado, pois tanto este quanto Laudo Ferreira de Camargo (que havia renunciado por causa da interferência dos tenentes no governo), não conseguiam autonomia para governar.
A primeira grande manifestação dos paulistas foi um megacomício - na época se dizia meeting - na Praça da Sé, no dia do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro de 1932, com um público estimado em 200 000 pessoas, e, na época, chamados de "comícios-monstro". Em maio de 1932, ocorreram vários comícios constitucionalistas.
As interferências da ditadura no governo de São Paulo eram constantes, não se deixando os interventores formarem livremente seu secretariado, nem do Chefe de Polícia de São Paulo. Pedro de Toledo não governava de fato, as interferências de Miguel CostaOsvaldo AranhaJoão Alberto Lins de BarrosManuel Rabelo e Pedro Aurélio de Góis Monteiro eram constantes.
O político Paulo Nogueira Filho descreve João Alberto Lins de Barros e Miguel Costa como pessoas que "se arvoravam como donatários de São Paulo".[15]
Os tenentes do Clube 3 de outubro eram totalmente contrários a que se fizesse uma nova constituição, tendo eles entregado, a Getúlio Vargas, em3 de março de 1932, em Petrópolis, um documento no qual dão seu total apoio à ditadura e no qual se manifestam contrários a uma nova constituição.
Júlio Prestes acreditava, já em 1931, que a situação da ditadura estava se tornando insustentável e declarou no exílio em Portugal:
Cquote1.svgO que não compreendo é que uma nação, como o Brasil, após mais de um século de vida constitucional e liberalismo, retrogradasse para uma ditadura sem freios e sem limites como essa que nos degrada e enxovalha perante o mundo civilizado!Cquote2.svg
— Júlio Prestes
Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, que antes apoiara a Revolução de 1930, uniram-se, em fevereiro de 1932, na Frente Única para exigir o fim da ditadura do "Governo Provisório" e uma nova Constituição. Assim, São Paulo inteiro estava contra a ditadura.
Os paulistas consideravam que o seu Estado estava sendo tratado pelo Governo Federal, que se dizia um "Governo Provisório", como uma terra conquistada, expressão de autoria de Leven Vanpré, governada por tenentes de outros estados e sentiam, segundo afirmavam, que a Revolução de 1930 fora feita "contra" São Paulo, pois Júlio Prestes havia tido 90% dos votos dos paulistas em 1930.
O estopim da revolta foi a morte de cinco jovens no centro da cidade de São Paulo, assassinados a tiros por partidários da ditadura, pertencentes à "Legião Revolucionária", criada por João Alberto Lins de Barros e orientada pelo Major Miguel Costa, em 23 de maio de 1932.
Pedro de Toledo tentara formar um novo secretariado independente das pressões exercidas pelos tenentes, quando chegou a São Paulo Osvaldo Aranha, representando a ditadura, querendo interferir na formação do novo secretariado. O povo quando ficou sabendo saiu às ruas, houve grandes comícios e passeatas, e no meio do tumulto a multidão tenta invadir a sede da "Legião Revolucionária". Ao subirem as escadarias do edifício, são recebidos a balas.
Pedro de Toledo, com o apoio do povo, conseguiu, porém montar um secretariado de sua livre nomeação (que ficou conhecido como o Secretariado de 23 de maio), neste dia 23 de maio de 1932 e romper definitivamente com o Governo Provisório.
Multidão reunida em protesto ao assassinato dos estudantes MMDC em São Paulo.
A morte dos jovens deu origem a um movimento de oposição que ficou conhecido como MMDC, atualmente denominado oficialmente de MMDCA:
  1. Mário Martins de Almeida (Martins)
  2. Euclides Bueno Miragaia (Miragaia)
  3. Dráusio Marcondes de Sousa (Dráusio)
  4. Antônio Américo Camargo de Andrade (Camargo)
  5. Orlando de Oliveira Alvarenga (Alvarenga)
MMDC foi organizado como sociedade secreta, em 24 de maio de 1932, tendo sido projetado durante um jantar no Restaurante Posilipo, por Aureliano Leite, Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, Paulo Nogueira e Prudente de Moraes Neto entre outros. Inicialmente, a sociedade foi chamada "Guarda Paulista", mas, depois, foi fixada em MMDC, em homenagem aos jovens mortos a 23 de maio. Em 10 de agosto, o Decreto nº. 5627-A, do governo do Estado oficializou o MMDC, cuja direção foi entregue a um colegiado, presidido porWaldemar Martins Ferreira, secretário da Justiça, e tendo, como superintendente, Luís Piza Sobrinho. O MMDC foi instalado na Faculdade de Direito e depois transferido para o antigo Fórum, na rua do Tesouro, e depois para o prédio da Escola de Comércio Álvares Penteado.[17]
O dia 23 de maio é sagrado em São Paulo como o Dia do soldado constitucionalista.
Esse fato levou à união de diversos setores da sociedade paulista em torno do movimento de constitucionalização que se iniciara em janeiro de 1932. Neste movimento, liderado pelo MMDC, se uniram o PRP e o Partido Democrata, chamados pela ditadura de "oligarquia", que pretendiam a volta da supremacia paulista e do PRP ao poder e queriam, também, reparar a injustiça ocorrida em 1930, quando o candidato dos paulistas Júlio Prestes foi eleito a presidência mas não pôde tomar posse impedido pela Revolução de 1930, quanto segmentos que desejavam a implantação de uma verdadeira democracia no Brasil, mais ampla que a democracia da Constituição de 1891.
Segundo Aspásia Camargo, em artigo para o jornal "O Estado de S. Paulo", em texto comemorativo dos 60 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, publicado em 9 de julho de 1992, o constitucionalismo paulista resultou de um conflito entre duas concepções de democracia: Democracia Social e Democracia Liberal. Para Getúlio Vargas e os tenentes, a democracia liberal formal era um engodo, tanto quanto o liberalismo brasileiro. Já para os paulistas, segundo Aspásia Camargo, principalmente para sua oligarquia, a democracia social era caso de polícia. Essa acusação contra os paulistas de que, em São Paulo, “Questão Social é Questão de Polícia”, se deve a uma distorção de uma frase do presidente Washington Luís feita pelos seus adversários. A frase que realmente Washington Luís pronunciou foi
Cquote1.svgA agitação operária é uma questão que interessa mais à ordem pública do que à ordem social, representa o estado de espírito de alguns operários, mas não de toda a sociedade!Cquote2.svg
— Washington Luís
Voluntário paulista na Revolução Constitucionalista.
Começou-se, então, a se tramar um movimento armado visando à derrubada da ditadura de Getúlio Vargas, sob a bandeira da proclamação de uma nova Constituição para o Brasil.
Desde seu início, a revolução de 1932 contou com o apoio decisivo da maçonaria paulista, através de suas lideranças e de seus membros como Pedro de Toledo, Júlio de Mesquita FilhoArmando de Sales OliveiraIbrahim de Almeida Nobre e outros.[17]
Em 9 de julho, Getúlio Vargas já havia estabelecido eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte (As eleições foram convocadas em fevereiro de 1932) e já havia nomeado um interventor paulista - as duas grandes exigências de São Paulo. Porém a interferência do governo federal e dos tenentes em São Paulo continuava forte. Os tenentes eram contra a instalação de uma assembleia constituinte, tendo, seus representantes entregado a Getúlio Vargas um manifesto contrário à constituinte em 3 de março de 1932, em Petrópolis, um documento no qual dão seu total apoio à ditadura e no qual se manifestam contrários a uma nova constituição.[19]
Estes atos do Governo Provisório, porém, não evitaram o conflito, já que o que o PRP, agora unido ao seu rival Partido Democrático paulista, almejava voltar a dominar a política nacional, como fazia anteriormente, reparando a injustiça de Júlio Prestes não ter tomado posse como presidente da República em 1930, e dar uma constituição ao Brasil e terminar com as interferências da ditadura no governo de São Paulo.
Era especialmente humilhante para São Paulo a nomeação do major Miguel Costa para comandante da Polícia Militar de São Paulo, então chamada de Força Pública, pois Miguel Costa havia sido expulso da Força Pública em 1924 por tentar derrubar o governo paulista na Revolução de 1924.
O combatente-médico da revolução de 1932, Ademar Pereira de Barros que governaria São Paulo por três vezes, assim explicou, emSantos, em 1934, as razões da revolução de 1932:
Cquote1.svgSão Paulo levantou-se em armas em 9 de julho de 1932 para livrar o Brasil de um governo que se apossaria de sua direção por efeito de uma revolução… e se perpetuava indefinidamente no poder, esmagando os direitos de um povo livre.. e que trazia o sempre glorioso São Paulo debaixo de das botas e o chicote do senhor!Cquote2.svg
Ademar de Barros

[editar]O movimento armado

Cartaz convocando os paulistas às armas
Em 9 de julho eclodiu o movimento revolucionário, com os paulistas acreditando possuir o apoio de outros Estados, notadamente Minas Gerais, Rio Grande do Sul e do sul de Mato Grosso, para a derrubada de Getúlio Vargas, o que acabou não ocorrendo. Pedro de Toledo, que ganhara forte apoio dos paulistas, foi proclamado governador de São Paulo e foi o comandante civil da revolução constitucionalista. Foi lançado uma proclamação da"Junta Revolucionária" conclamando os paulistas a lutarem contra a ditadura. Formavam a Junta Revolucionária, Francisco Morato do Partido Democrático, Antônio de Pádua Sales do PRP, Generais Bertoldo Klinger e Isidoro Dias Lopes. O general Euclides Figueiredo assumiu a 2º Região Militar.
Alistaram-se 200 000 voluntários, sendo que estima-se que destes, 60 000 combaterem nas fileiras do exército constitucionalista.
No estado de São Paulo, a Revolução de 1932 contou com um grande contingente de voluntários civis e militares e o apoio de políticos de outros Estados, antigos apoiadores da Revolução de 1930, como, no Rio Grande do Sul, Raul PillaBorges de Medeiros, Batista Luzardo e João Neves da Fontoura entre outros, que formaram a Frente Única Rio-Grandense, e que tentaram fazer uma revolta mas foram capturados (salvo Batista Luzardo que conseguiu fugir) e exilados pelo interventor gaúcho.
Cartaz MMDC convocando o povo paulista às armas.
No atual Mato Grosso do Sul foi formado um estado independente que se chamou Estado de Maracaju, que apoiou São Paulo. Em Minas Gerais, a revolução de 1932 obteve o apoio do ex-presidente Artur Bernardes, que terminou também exilado.
São Paulo esperava a adesão do interventor do Rio Grande do Sul, o estado mais bem armado, mas este na última hora decidiu enviar tropas não para apoiar São Paulo, mas para combater os paulistas.
Quando se inicia o levante, uma multidão sai às ruas em apoio. Tropas paulistas são enviadas para os fronts em todo o Estado. Mas as tropas federais são mais numerosas e bem-equipadas. Aviões são usados para bombardear cidades do interior paulista. Quarenta mil homens de São Paulo enfrentam um contingente de cem mil soldados. Os planos paulistas previam um rápido e fulminante movimento em direção ao Rio de Janeiropelo Vale do Paraíba, com a retaguarda assegurada pelo apoio que seria dado pelos outros estados.
Cartaz de convocação para Enfermeiras Voluntárias paulistas
Porém, com a traição dos outros estados, o plano imaginado por São Paulo não se concretizou: Rio Grande do Sul eMinas Gerais foram compelidos por Getúlio Vargas a se manterem ao seu lado e a publicidade de pretensão separatista do movimento levou São Paulo a se ver sozinho, com o apoio de apenas algumas tropas mato-grossenses, contra o restante do Brasil.[20] Comandados por Pedro de Toledo, aclamado governador revolucionário, e pelo general Bertoldo Klinger, as tropas paulistas se viram lutando em três grandes frentes: o Vale do Paraíba, o Sul Paulista e Leste Paulista.
estado de São Paulo, apesar de contar com mais de quarenta mil soldados, estava em desvantagem. Por falta de apoio e a traição de outros estados, São Paulo se encontrava num grande cerco militar.
Como as fronteiras do estado foram fechadas, não havia como adquirir armamento para o conflito, fora do país, assim muitos voluntários levaram suas próprias armas pessoais e engenheiros da Escola Politécnica do Estado (hoje EPUSP) e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) passaram a desenvolver armamentos a serem produzidos pelo próprio estado para suprir as tropas. Um navio que trazia do exterior armamento para os paulistas foi apreendido pela Marinha do Brasil.
No teste de um novo canhão, um acidente matou o Comandante da Força Pública, Coronel Júlio Marcondes Salgado. Uma das armas mais sofisticadas feitas pela indústria paulista foi o trem blindado, usado na campanha militar no Vale do Paraíba.
São Paulo criou moeda própria, que foi falsificada pela ditadura e distribuída na capital paulista para desestabilizar a economia do estado. O dinheiro paulista era lastreado pelo ouro arrecadado pela campanha "Ouro para o bem de São Paulo", também chamado de "Ouro para a vitória".
Também foram compradas armas nos EUA, mas o navio que as transportava foi apreendido. Houve muita falta de munição, o que levou os paulistas a inventarem e usarem um aparelho que imitava o som das metralhadoras, chamado de "matraca".
Veículo construído em chassi caminhãoChevrolet com torre giratória parametralhadora.
Houve intensa mobilização através do rádio, uma novidade na época, onde se destacou César Ladeira da Rádio Record. Usaram-se muita propaganda e contra-propaganda ideológica por parte da ditadura que acusava São Paulo de estar nas mãos do fascismo italiano trazido pelos imigrantes. Eram recrutados, pela ditadura, brasileiros de outras regiões para combaterem São Paulo dizendo-lhes que São Paulo queria se separar do Brasil.
A ditadura colocava elementos infiltrados em reuniões e comícios em São Paulo que pregavam o derrotismo e o desânimo da população.
crime mais bárbaro, ocorrido durante a Revolução de 1932, ocorreu na cidade de Cunha onde as tropas da ditadura torturaram e mataram o agricultor Paulo Virgínio, por este se recusar a dizer onde estavam as tropas paulistas. Paulo Virgínio foi obrigado a cavar sua própria sepultura e morreu dizendo:
Cquote1.svgMorro mas São Paulo vence!Cquote2.svg
Paulo Virgínio, junto com os jovens do MMDC, está enterrado no ponto central do Mausoléu do Ibirapuera e é homenageado dando seu nome a rodovia SP-171, que corta a região onde ele foi assassinado.
O movimento estendeu-se até 2 de outubro de 1932, quando foi derrotado militarmente.

[editar]Separatismo durante o conflito

Entre os grupos que formavam a direção da Revolução Paulista, estavam os separatistas que desejavam a independência de São Paulo como uma república soberana ou a formação de uma federação onde os estados adquiririam a soberania (confederação). Entre os principais defensores do separatismo destacavam-se o presidente do Tribunal de Justiça, Costa Manso, os escritores José Alcântara MachadoMonteiro Lobato e o historiador Alfredo Ellis Junior.[21]
Monteiro Lobato especificamente, foi o que mais deixou documentos e relatos sobre o desejo de independência dos paulistas. Em 10 de agosto, depois de um mês de conflitos, o famoso autor enviava uma carta emocionada a Waldemar Ferreira, um dos líderes da revolução, na qual apresentava um balanço da crítica situação em que se encontrava São Paulo, observando ao seu amigo que “há o que a boca diz e há o que o coração sente. Minha boca diz o que todos neste momento dizem – mas meu coração, e talvez o de São Paulo inteiro, sente o que vai escrito nas tiras anexas”. E o que o coração de Lobato expressava traduzia-se num texto intitulado “A defesa da vitória de São Paulo”, em que deixava claro que, para os paulistas, só havia dois caminhos: hegemonia ou separação.
Cquote1.svgApós a vitória de São Paulo, na campanha ora empenhada, se faz mistér que seus dirigentes não se deixem embalar pelas ideias sentimentais de brasilidade, irmandade e outras sonoridades.[...] Ou São Paulo desarma a União e arma-se a si próprio, de modo a dirigir doravante a política nacional a seu talento e em seu proveito, ou separa-se.[...] Trata-se de uma guerra de independência disfarçada em guerra constitucionalista...[22]'Cquote2.svg
Monteiro Lobato
A gigantesca campanha pela adesão das massas às causas revolucionárias, por pautar-se no enaltecimento de valores regionais, trazia em seu bojo o fortalecimento dos argumentos separatistas, ideário presente em São Paulo durante toda a sua história. Retratando a síntese desse paradoxo, Mário de Andrade registrava que o lema "Tudo por São Paulo' – que se fazia presente em faixas, veículos e nos quepes dos soldados – era “a única unanimidade” naqueles agitados dias de 1932. Definitivamente, foi “por São Paulo” – e não pelo Brasil – que tantos homens e mulheres se sacrificaram. O autor ainda, após o armistício, manifestava ao amigo mineiro Carlos Drummond de Andrade o rancor que lhe dominava a alma:[23]
Cquote1.svgNo momento, eu faria tudo, daria tudo para São Paulo se separar do Brasil.Cquote2.svg
— Mário de Andrade

[editar]O fim do conflito

Telegrama relatando o fim das hostilidades.
Em meados de setembro, as condições de São Paulo eram precárias. O interior do estado era invadido paulatinamente pelas tropas de Getúlio Vargas e a capital paulista era ameaçada de ocupação. A economia de São Paulo, asfixiada pelo bloqueio do porto de Santos, sobrevivia de contribuições em ouro feitas por seus cidadãos e as tropas paulistas desertavam em números cada vez maiores.
Tropas gaúchas acampadas na área doInstituto Biológico (futuro Parque do Ibirapuera) durante a Revolução Constitucionalista de 1932.
Vendo que a derrota e ocupação do estado era questão de tempo, as tropas da Força Pública Paulista, atual Polícia Militar de São Paulo, são as primeiras a se render, no final de setembro. Com o colapso da defesa paulista, a liderança revolucionária paulista se rende em 2 de outubro de 1932, na cidade deCruzeiro, para as forças chefiadas pela general Pedro Aurélio de Góis Monteiro.
As tropas gaúchas ocupam a capital paulista, pela segunda vez, em menos de dois anos. A primeira vez fora logo após a vitória da revolução de 1930. A maior parte dos líderes paulistas, que não tinha sido exilada em 1930, com a derrota de Revolução de 1932, foi então exilada.
O comandante das forças militares do Sul do Brasil (Exército Sul), do Governo Provisório, que combateram São Paulo, o GeneralValdomiro Castilho de Lima, é nomeado governador militar em São Paulo.

[editar]Frentes de combate

[editar]Vale do Paraíba

Soldados paulistas no Túnel daMantiqueira
Principal acesso para o Rio de Janeiro, o Vale do Rio Paraíba do Sul era visto pelos paulistas como teatro principal da guerra.
A estratégia paulista previa a conquista da cidade fluminense de Resende, que chegou a ser bombardeada pela artilharia paulista, e previra também o apoio de tropas mineiras, e uma marcha rápida em direção à cidade do Rio de Janeiro. Entretanto, com a falta de apoio de Minas Gerais, as tropas paulistas demoraram a se mover em direção a Resende e logo se viram defendendo seu próprio território das tropas federais.
Os combates mais importantes se deram na região do Túnel da Mantiqueira que divide São Paulo de Minas Gerais e que era considerado um ponto militar estratégico de grande importância.
O terreno acidentado do Vale do Paraíba paulista e a existência de diversas cidades levaram a um combate encarniçado entre as tropas, porém, a superioridade de tropas e armamentos das forças de Getúlio Vargas levou à ocupação de diversas cidades paulistas do Vale do Paraíba, como Caçapava,Lorena e Cruzeiro e o recuo das tropas paulistas em direção à capital no final do conflito[24].
Foi na cidade de Cunha, que São Paulo fez-se conhecer do agricultor Paulo Virgínio, que tornou-se um herói e mártir porque, mesmo tendo sido torturado, não revelou, para as tropas fluminenses, onde estavam posicionadas as tropas paulistas. Foi morto, mas graças à sua lealdade, em CunhaSão Paulo venceu, impedindo o avanço das tropas fluminenses sobre a Serra do Mar.

[editar]Leste Paulista

Tropas paulistas penetraram no sul de Minas Gerais, sendo contidas em Pouso Alegre em julho de 1932 e repelidas pelas forças federais em direção a Campinas. Após setembro de 1932, cidades paulistas próximas à divisa com Minas Gerais, como Itapira, foram ocupadas pelas tropas fiéis a Getúlio Vargas, tendo sido travadas batalhas no Morro do Gravi,Atibaia e em Bragança Paulista[25].
Tropas revolucionárias paulistas resistindo ao avanço federal em umacasamata no interior do estado.
No alto da Serra da Mantiqueira, num local conhecido com Garganta do Embaú, ocorreram combates violentos com intuito de dominar aquele ponto estratégico, bem como o túnel da estrada férrea o que permitiria o controle do acesso ao sul de Minas por ferrovia. Os paulistas invadiram a cidade mineira de Passa-Quatro, que foi posteriormente tomada por tropas leais ao Governo Vargas.

[editar]Centro paulista

No centro do estado de São Paulo, destaca-se a região de Botucatu, onde inclusive a Igreja Católica participou ativamente das atividades revolucionárias, que iam desde a coleta de fundos "Campanha Ouro para o bem de São Paulo", até o envio de enfermeiras e paramédicos para as frentes de batalha. O Bispo de Botucatu, Dom Carlos Duarte Costa, doou parte do tesouro da Diocese de Botucatu, chegando mesmo a doar sua "Cruz Peitoral" e organizado um batalhão que ficou conhecido como o "Batalhão do Bispo"[26].

[editar]Sul Paulista

Batalhão Redentor Filhos de Iguape, defronte ao jardim do largo da Igreja Matriz.
Soldados paulistas fotografados porClaro Jansson em Itararé.
O Sul paulista, principal teatro de operações das tropas federais, era o setor mais desguarnecido do estado de São Paulo, pela crença do apoio que viria do Rio Grande do Sul.
Tropas do sul se posicionaram na divisa de São Paulo e Paraná, próximos a cidade de Itararé. Esta, por um grave erro logístico das tropas paulistas, não foi defendida, tendo estas se retirado para o rio Paranapanema, abrindo quase 150 quilômetros de território paulista para as tropas federais, a Coluna Sul[27].
Como nas demais frentes, tropas federais, em maior número e mais bem equipadas, ocupam cidades paulistas, com o agravante de estas estarem situadas mais ao interior do estado do que nas outras frentes.

[editar]Sul de Mato Grosso (atual Estado de Mato Grosso do Sul)

O grande aliado dos paulistas na Revolução foi outro palco de combates, o estado do Mato Grosso do Sul (na época ainda fazia parte de Mato Grosso) fora até dividido durante a Revolução de 1932, com o sul se emancipando como Estado de Maracaju. Posteriormente a divisão do estado do Mato Grosso aconteceu com a criação do Mato Grosso do Sul, divisão desejada desde o término da Guerra do Paraguai.
As tropas sul-mato-grossenses que deveriam se unir às tropas de São Paulo nunca conseguiram chegar ao destino, ocorrendo duas batalhas principais onde foram impedidas pelos federais; em Porto Murtinho e Coxim. Na região dessas duas cidades ocorreram combates violentos resistindo bravamente contra as forças federais formadas por soldados do norte do estado (atual estado de Mato Grosso)[28].
A luta pelo Porto Murtinho foi o feito mais notável dos sul-mato-grossenses no conflito, houve batalhas sangrentas pela última esperança da entrada de recursos para São Paulo, já que o Porto de Santos estava sobre bloqueio naval governista. O Porto de Santos só fora tomado pelos getulistas no dia 12 de setembro de 1932, mais de dois meses depois do início da luta.

[editar]Rio Grande do Sul

Apesar da "traição" oficial do governo do estado comandado pelo general Flores da Cunha, alguns gaúchos entraram na luta no próprio Rio Grande do Sul. Liderados por Borges de Medeiros um batalhão de cerca 450 homens praticava, utilizando termos atuais, táticas de guerrilha para fixar tropas federais, isto é, atacando destacamentos que partiriam do Rio Grande do Sul para vir reforçar os getulistas contra São Paulo, impedindo-os de chegar aos frontes, principalmente à frente paranaense[29].
Os revolucionários rio-grandenses tiveram um fim na Batalha de Cerro Alegre, no município de Piratini, no dia 20 de setembro de 1932, quando foram mortos mais de duzentos homens das forças constitucionalistas e o líder Borges de Medeiros preso. Infelizmente, os feitos destes bravos revolucionários estão quase esquecidos, principalmente pelo fato de não haver apoio oficial do governo, considerado uma grande traição pelos paulistas, criando assim uma rivalidade entre os dois Estados.

[editar]Aviação na Revolução

Prédio destruído por bombardeio aéreo legalista em Campinas1932.
Durante a revolução, a aviação teve um importante papel no conflito, sendo usado pelos legalistas para eventuais bombardeios e ataques a posições rebeldes, como os dez bombardeios aéreos a Campinas, que causaram muitos danos à infraestrutura da cidade, que foi de15 a 29 de setembro de 1932 comandado por major-aviador Eduardo Gomes. Além disso, outras cidades, como Lorena, sofreram com um ataque em 19 de setembro.

[editar]Consequências

Terminado o conflito, a liderança paulista se refugia no exílio, enquanto os paulistas computam oficialmente 634 mortos, embora estimativas extraoficiais falem em mais de mil mortos paulistas. Do lado federal nunca foram liberadas estimativas de mortos e feridos. Foi o maior conflito militar da história brasileira no século XX.
Na versão do governo, a Revolução de 1932 não era necessária pois as eleições já tinham data marcada para ocorrer. Segundo os paulistas, não teria havido redemocratização no Brasil se não fosse o Movimento Constitucionalista de 1932.
Porém, o término da revolução constitucionalista marcou o início do processo de democratização. A derrota militar entretanto se transforma em vitória política. Em 3 de maio de1933 foram realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte quando a mulher votou pela primeira vez no Brasil em eleições nacionais. Ao ver seu governo em risco, Getúlio Vargas dá início ao processo de reconstitucionalização do país, levando à promulgação em 1934 de uma nova constituição. Nesta eleição, graças à criação da Justiça Eleitoral, as fraudes deixaram de ser rotina nas eleições brasileiras[30].
Getúlio, terminada a revolução de 1932, se reconcilia com São Paulo, e depois de várias negociações políticas, nomeia um civil e paulista para interventor em São Paulo: Armando de Sales Oliveira, participando, mais tarde, em 1938, pessoalmente da inauguração da avenida 9 de julho em São Paulo[31].
Durante o Estado Novo, os dois interventores federais em São Paulo saíram das hostes do Partido Republicano PaulistaAdhemar Pereira de Barros (1938-1941) e Fernando de Sousa Costa (1941-1945) que havia sido secretário da agricultura do Dr. Júlio Prestes.
Durante a Revolução foram reavivadas as tradições bandeirantes do estado, saindo nas notas do dinheiro paulista, e em muitas publicações, as imagens dos principais bandeirantes paulistas.
Para os paulistas, a Revolução de 1932 transformou-se em símbolo máximo do Estado, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos. Lembrada por feriado no dia 9 de julho, a revolução é mais fortemente comemorada na cidade de São Paulo do que no interior do estado, onde a destruição e as mortes provocadas pela rebelião são ainda recordadas, e também, a revolução de 1932 é muito relembrada nas regiões de divisa, onde se travaram os combates, especialmente no Vale do Paraíba paulista[32].
No restante do país, o movimento, assim como a já citada Guerra dos Farrapos, é mais lembrado pela versão dos vitoriosos, a de uma rebelião conservadora, visando a reconduzir as oligarquias paulistas ao poder, colocando esta tentativa de volta ao poder como algo inaceitável, e de uma rebelião de velado caráter separatista, que são as versões predominante nos livros didáticos de história do Brasil.[33]

[editar]A preservação da memória e dos ideais de 1932

Obelisco de São Paulo, noParque Ibirapuera, construído em homenagem aos heróis da Revolução Constitucionalista.
Monumento aos Heróis da Revolução Constitucionalista de 1932 no Cemitério da Saudade, em Campinas.
No feriado estadual de 9 de julho, anualmente se realizam comemorações e desfiles cívico-militares, sendo que o mais importante desfile se realiza no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Nesta solenidade, no Parque do Ibirapuera, são depositados no Mausoléu do Soldado Constitucionalista os restos mortais dos veteranos falecidos no ano corrente.
Em homenagem à revolução de 1932, no início de julho, um grupo de paulistas faz a "Caminhada 9 de Julho", percorrendo, todos os anos, a pé, 927 quilômetros pelo estado de São Paulo. Cruzam o estado de São Paulo, saindo de Rubineia, no extremo oeste do estado e vão terminar a caminhada emCruzeiro, no Vale do Paraíba, onde foi assinada a rendição dos paulistas. Os organizadores desta caminhada cívica pretendem entrar para o livro Guiness dos recordes como a maior caminhada cívica do mundo.
Em 2008 a cidade de Cruzeiro recebeu através da lei estadual 13203 o honroso título honorífico de "Capital da Revolução Constitucionalista de 1932" em virtude dos marcantes episódios desse conflito ocorridos no município, dentre os quais a assinatura do Armistício, termo de cessação da Revolução que deu-se no dia 2 de outubro de 32 na Escola Arnolfo Azevedo (na época transformada em quartel-general das tropas paulistas), localizada na região central da cidade.
O Exército Constitucionalista ainda existe e é presidido por veteranos de 1932. A Sociedade dos Veteranos de 1932 preserva a memória,documentos e relíquias de 1932.